[COMENTÁRIO] La Analfabeta Junho 30, 2023
Posted by paulo jorge vieira in Feminismos, literatura, livros.Tags: Kristof, literatura, livros
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⭐⭐⭐⭐⭐
La Analfabeta
Agota Kristof
Tradução para o castelhano de Juli Peradejordi
Partindo da sua história pessoal, do exílio na Suíça francófona fugindo do Hungria estalinista, Agota Kristof escreve uma poderosa narrativa que nos desestabiliza no mais fundo âmago.
Estamos perante uma obra poderosa e inquietante que mergulha na complexidade da natureza humana. A história narra a vida de uma mulher nomeada simplesmente como A Analfabeta, que enfrenta o desafio de aprender a ler e escrever na idade adulta.
Kristof utiliza uma linguagem direta e crua, sem rodeios, para retratar a dura realidade da protagonista. No decorrer da história, somos confrontados com os temas da solidão, do deslocamento forçado, da luta pela sobrevivência e da busca por conhecimento.
A narrativa é intensa e repleta de emoção, nos levando a refletir sobre a importância da educação e o impacto que ela tem na vida das pessoas. A escrita de Kristof é hábil e envolvente, fazendo com que o leitor se sinta imerso na história e nas dificuldades enfrentadas pela protagonista.
“La Analfabeta” é um livro que nos lembra da importância de valorizar e apoiar aqueles que são privados de educação, e nos instiga a refletir sobre o poder transformador que o conhecimento pode ter na vida de uma pessoa.
Foi uma leitura cativante e provocadora, que deixou uma marca intensa e que confirma Agota Kristof como uma das autoras mais especiais da minha biblioteca.
(li a 08/10/2022)
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The Charioteer Junho 29, 2023
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⭐⭐⭐⭐⭐
The Charioteer
Mary Renault
O final dos anos 40, início dos anos 50, foi um momento de particular produção literária sobre temática LGBTQIA+ na literatura anglófona. “A Cidade e o Pilar” de Gore Vidal, “O quarto de Giovanni” de James Baldwin e “Carol” de Patricia Highsmith são a par com “The Charioteer” de Mary Renault exemplos dessa produção nascida do pós-guerra.
Neste caso estamos perante uma novela histórica que se passa no Reino Unido durante a II Guerra Mundial. Acompanhamos a história de um jovem, de seu nome Laurie Odell, que serviu como militar na guerra e que se encontra internado a convalescer num dos muitos hospitais que se criaram durante o conflito.
Estamos perante um livro onde questões relacionadas como a homossexualidade, as normas sociais e o impacto da guerra nos indivíduos são tratados com acuidade.
Um dos pontos fortes do liveo é a capacidade da autora de retratar com brilhantismo as personagens e as suas múltiplas relações. Neste caso em particular Laurie Odell é retratado, na intensa luta interior em torno da sua sexualidade e das expectativas sociais com que lida, muitas vezes, num processo em que o “armário” é uma constante presença.
Assim a o livro apresenta com alguma crueza as normas sociais e culturais que demonstram a discriminação de que são alvo as pessoas homossexuais no final dos anos quarenta. Renault retrata, de um modo vivido e intenso, as dificuldades que Laurie e outros gays enfrentam numa sociedade que os encara como desviantes e imorais.
Será de salientar que a própria se auto exila na África do Sul, com a sua companheira.
(li de 08/06/2022 a 18/06/2022)
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Paulo Jorge Vieira 