[COMENTÁRIO] O Físico Prodigioso Setembro 26, 2023
Posted by paulo jorge vieira in literatura, livros.Tags: Jorge de Sena, literatura, literatura portuguesa
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[COMENTÁRIO]
⭐⭐⭐⭐⭐
“O Físico Prodigioso”
Jorge de Sena
Ensaísta, poeta e ficcionista Jorge de Sena usa de todo o seu traquejo e saber para escrever esta novela. Entre o fantástico e a novela histórica “O Físico Prodigioso” é uma novela fascinante escrita por Jorge de Sena em 1964, em Araraquara, cidade brasileira do estado de São Paulo, onde Sena viveu parte do exílio.
Uma das principais características do livro é o estilo de escrita de Jorge de Sena, que é rico em detalhes e apresenta uma linguagem poética. O autor usa metáforas e imagens vívidas para descrever as vivência das personagens o que torna a leitura envolvente e cativante.
“O Físico Prodigioso” é uma leitura que vai além da ficção histórica mergulhando nas emoções e questões filosóficas das personagens. Este é um livro em que medicina, magia, religião, inquisição são temas de debate e discussão. Sendo que por vezes o referido debate é carregado de uma cuidada e tensa ironia.
“O Físico Prodigioso” é uma obra-prima de Jorge de Sena e, em mim, deixa uma marca intensa de reflexão em cada momento que leio e releio esta obra.
Destaco a cuidada edição que a @guerraepaz tem vindo a fazer da ficção e do ensaio de Jorge de Sena l, tornando disponíveis obras esgotadas.
(li de 17/09/2023 a 19/09/2023)
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(pmr 34) ode à mentira Março 6, 2019
Posted by paulo jorge vieira in poemas, poesia.Tags: Jorge de Sena, poemas, poesia
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Crueldades, prisões, perseguições, injustiças,
como sereis cruéis, como sereis injustas?
Quem torturais, quem perseguis,
quem esmagais vilmente em ferros que inventais,
apenas sendo vosso gemeria as dores
que ansiosamente ao vosso medo lembram
e ao vosso coração cardíaco constrangem.
Quem de vós morre, quem de por vós a vida
lhe vai sendo sugada a cada canto
dos gestos e palavras, nas esquinas
das ruas e dos montes e dos mares
da terra que marcais, matriculais, comprais,
vendeis, hipotecais, regais a sangue,
esses e os outros, que, de olhar à escuta
e de sorriso amargurado à beira de saber-vos,
vos contemplam como coisas óbvias,
fatais a vós que não a quem matais,
esses e os outros todos… – como sereis cruéis,
como sereis injustas, como sereis tão falsas?
Ferocidade, falsidade, injúria
são tudo quanto tendes, porque ainda é nosso
o coração que apavorado em vós soluça
a raiva ansiosa de esmagar as pedras
dessa encosta abrupta que desceis.
Ao fundo, a vida vos espera. Descereis ao fundo.
Hoje, amanhã, há séculos, daqui a séculos?
Descereis, descereis sempre, descereis.
Jorge de Sena
(pmr31) o corpo não espera Setembro 9, 2017
Posted by paulo jorge vieira in poemas, Uncategorized.Tags: Jorge de Sena, poemas, Poesía
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O corpo não espera. Não. Por nós
ou pelo amor. Este pousar de mãos,
tão reticente e que interroga a sós
a tépida secura acetinada,
a que palpita por adivinhada
em solitários movimentos vãos;
este pousar em que não estamos nós,
mas uma sêde, uma memória, tudo
o que sabemos de tocar desnudo
o corpo que não espera; este pousar
que não conhece, nada vê, nem nada
ousa temer no seu temor agudo…
Tem tanta pressa o corpo! E já passou,
quando um de nós ou quando o amor chegou.
“O corpo não espera” de Jorge de Sena